terça-feira, 29 de maio de 2012

Paulo Freire se torna patrono da Educação

A presidente Dilma Roussef sancionou, dia 13 de abril, uma lei que nomeia Paulo Freire (1921-1997) como Patrono da Educação Brasileira. Autor de obras como Pedagogia do Oprimido - em que defende a Educação como meio de libertação -, Freire é considerado o mais importante educador brasileiro.

Para entender o significado dessa homenagem, NOVA ESCOLA conversou com Luiz Araújo, mestre em políticas públicas de Educação.
Luiz Araújo
Luiz Araújo, mestre em políticas públicas em Educação pela Universidade de Brasília (UnB)
O que o ato de declarar Paulo Freire patrono da Educação brasileira significa? LUIZ ARAÚJO - A nomeação é um reconhecimento a o que ele representou. A Educação do país realmente precisava de um patrono e a escolha foi adequada à luta de Paulo Freire. A lei significa também que o país se identifica com o trabalho do educador. Nesse sentido, a ação mostra uma contradição: como podemos nos espelhar em Paulo Freire se muitas das causas pelas quais ele lutou continuam quase da mesma maneira? A melhor e mais coerente forma de homenageá-lo seria os congressistas votarem não apenas a proposta que o torna patrono do ensino, mas também o Plano Nacional de Educação (PNE), que ajuda a cumprir o que ele defendia.

Quais os avanços que observamos no Brasil de hoje, em relação às bandeiras defendidas por Freire?
Em uma primeira fase, o educador lutou pela universalização da Educação Básica. Nesse sentido, tivemos grandes avanços. Hoje chegamos a ter 85% dos meninos e meninas entre 4 e 5 anos de idade na escola. Entretanto, a desigualdade social continua muito marcada. As crianças foram inclusas, mas de forma precária.

Freire batalhou também para que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) fosse instituída formalmente no país, o que aconteceu. A estrutura disponível, no entanto, não dá conta do recado. A Educação transformadora que ele defendia ainda não é realidade. O que cresceu muito, nos últimos tempos, foi uma concepção meritocrática e competitiva de ensino. É claro que isso reflete o nosso mundo: nunca tivemos uma sociedade tão acomodada como a atual.

Quais fundamentos freirianos um professor da Educação Básica precisa sempre ter em mente? Pelo menos duas contribuições freirianas devem estar presentes na prática pedagógica de
um bom professor. A primeira é a ideia de que o conhecimento deve partir da realidade concreta do aluno e que o educador deve buscar alargar este horizonte. Ou seja, o currículo precisa ser ancorado no mundo vivido pelos alunos. Fazer um levantamento deste universo é fundamental para qualquer processo pedagógico que se pretenda dialógico.

Em segundo lugar, o professor não pode desprezar ou esquecer que os estudantes conhecem o mundo, que não são caixas vazias para serem preenchidas pelos detentores do conhecimento sistematizado. É preciso valorizar o saber de nosso povo, alargá-lo e propiciar acesso à produção humana que lhe é negado. Freire defendia uma Educação democrática, em que professor e aluno trocam conhecimentos, decidem juntos. Constituir essas relações não é apenas eleger o diretor, mas viver democracia dentro da sala de aula, estimular a organização livre dos alunos etc.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Educação rural: encurtando distâncias

Programa para atender as comunidades isoladas aumenta matrículas do Ensino Fundamental e do Médio

Elisângela Fernandes (novaescola@atleitor.com.br), de Xapuri, AC
Currículo adaptado. Foto: Marina Piedade
Currículo adaptado Alunos do 6º ao 9º ano têm um só professor para todos os conteúdos, que recebe apoio do núcleo regional
Garantir o acesso à Educação para todos os segmentos de ensino é o maior desafio da Educação rural no país. Geralmente, as comunidades isoladas têm salas multisseriadas com um professor que dá aulas somente até o 5º ano. Com isso, após concluir a primeira etapa do Ensino Fundamental, as crianças e adolescentes desses locais têm dificuldade para prosseguir os estudos. O Acre é um dos estados que enfrentam esse problema. Caracterizado pela baixa densidade demográfica (4,47 habitantes por quilômetro quadrado) e composto de apenas 22 municípios, ele tem boa parte de sua população vivendo em comunidades ribeirinhas, reservas extrativistas e assentamentos distantes das cidades. Na tentativa de resolver essa situação, a rede estadual de ensino criou, em 2005, o programa Asas da Florestania para atender os moradores dessas localidades.

Inicialmente voltado para a segunda etapa do Ensino Fundamental, o programa foi ampliado para o Ensino Médio em 2008 e, no ano seguinte, para a Educação Infantil. Embora em quatro dos 22 municípios não haja oferta para o Ensino Fundamental e, em outros cinco, para a Educação Infantil, o governo comemora o aumento do número de matrículas na zona rural: entre 2000 e 2009, passou de 10 para 23% nas séries finais do Fundamental e de 2 para 10% no Ensino Médio. "Há ainda muito a avançar para garantir o acesso à escola e a qualidade do ensino nessas localidades", diz Josenir Calixto, coordenador de ensino da Secretaria Estadual de Educação.

Professor polivalente também para as séries finais do Ensino Fundamental

Devido à dificuldade em contratar docentes especialistas para trabalhar nos locais distantes, um mesmo professor acompanha cada turma do 6º ao 9º ano. O currículo é organizado por módulos: os alunos trabalham todo o conteúdo de Linguagem por 30 ou 40 dias, depois têm aula de Matemática e assim por diante. O calendário escolar é mais curto - sete meses - e o Ensino Fundamental é finalizado em três anos. "A oferta das séries finais do Fundamental chega a 97% das comunidades rurais", diz Josenir Calixto.

Como a maioria das escolas do Acre (56%) tem apenas uma sala, segundo o Censo Escolar de 2009, elas não contam com diretor ou outros profissionais. A formação docente fica a cargo dos núcleos regionais de ensino - que fazem reuniões quinzenais - e das visitas trimestrais de um técnico da Secretaria. O professor Cosmo Costa Benigno, que é graduado em Educação Física, leciona para o 6º ano da Escola União, na área rural de Xapuri, a 175 quilômetros de Rio Branco. Ele diz que os encontros o ajudam no planejamento das aulas. "Os supervisores tiram as dúvidas e solicitam materiais à rede quando preciso."

Com o aumento das matrículas no Ensino Fundamental, cresceu a demanda pelo Ensino Médio. O estado organizou esse segmento também em módulos - Linguagens e Códigos e Suas Tecnologias, Ciências da Natureza e Suas Tecnologias e Ciências Humanas e Suas Tecnologias. Nesse caso, porém, é um especialista que dá aula em sistema de rodízio: ele fica três meses em uma comunidade e ensina todos os conteúdos relacionados à sua área. Quando vai para outra, é substituído por um colega, que trabalha outro campo do conhecimento. O currículo ainda prevê aulas de espanhol e cursos técnicos baseados na vocação produtiva da comunidade. Os professores também recebem formação dos núcleos regionais de ensino.

Na Educação Infantil, agentes educadores vão até a casa dos alunos

A dificuldade em conseguir transporte adequado fez com que o governo optasse pelo atendimento domiciliar para a Educação Infantil. "Não dá para exigir que as crianças e os pais cruzem a floresta e atravessem rios", explica Francisca das Chagas Souza da Silva, gerente do ensino rural do estado. Os agentes educadores são moradores da própria comunidade que já concluíram ou estão cursando o Ensino Médio e passam por um processo seletivo. Eles vão à casa dos alunos duas vezes por semana e seguem um roteiro de duas horas, que inclui atividades como cantigas de roda e desenhos, baseadas no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Quinzenalmente, um supervisor do núcleo regional acompanha os educadores nas residências e tira as dúvidas em relação ao planejamento e à avaliação.

Em 2009, o Asas da Florestania foi integrado ao Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Estado do Acre (Pró-Acre), financiado pelo Banco Mundial e pelo governo estadual até 2014. Segundo Josenir Calixto, o Asas não será interrompido após esse período. "O programa deve ter continuidade, pois tornou-se uma política pública de longo prazo", diz o coordenador de ensino.

Fonte: Nova escola

terça-feira, 15 de maio de 2012

Professores pecam por excesso de humildade

Ao longo de sua formação, o professor aprende que é preciso ser humilde e aceitar o fato de não ser o dono da verdade. Quando vai para a sala de aula, ensina para seus alunos que a humildade é importante e ajuda na caminhada pela vida. Entretanto, não raro nos deparamos com profissionais da educação que confundem humildade com humilhação.
Ser humilde é, antes de tudo, aceitar-se eterno aprendiz, mas nunca esta aceitação deve chegar ao extremo do professor submeter-se aos caprichos dos pais e alunos, isto já é humilhação.
Na comunidade escolar, o profissional da educação é quem estudou e se preparou para ser o líder da caminhada pela construção do conhecimento e não para receber orientação de como, quando e o quê fazer, de pessoas sem preparo nenhum para isto.
É preciso, sim, respeitar o saber individual, mas, se não puder acrescentar nada ao conhecimento pré-existente de seu aluno, o professor deve mudar de profissão. Se não fosse para liderar a aprendizagem, porque um professor precisaria estudar tanto, ler constantemente, preparar-se e continuar estudando?
E se não for para mostrar atodos que sabe, que lidera e está no caminho certo,qual seria sua ação?! Não basta conseguir aprovar todos os seus aluno e sim ser referência, paradigma, modelo.
Vale lembrar que a finalidade primeira da escola é ensinar crianças e adolescentes a viver em sociedade. E o que seria viver em sociedade senão estar preparado para o mercado de trabalho, para o mundo produtivo e para o coletivo.
Aos pais cabe ensinar valores, a importância da escola e o respeito aos professores que lá estão para ensinar o saber científico, apoiando o professor e auxiliando o filho a fazer a parte que lhe cabe no caminho pelo domínio do conhecimento.
E é por ensinar que a escola deve estar nas manchetes de jornais e televisão, não porque ganhou uma sala de aula nova ou foi interditada.
Para ser pai ou mãe basta ter um relacionamento com alguém do sexo oposto e seguir o instinto da perpetuação da espécie. Portanto, quem tem que saber e nortear o ensino de nossas crianças e adolescentes é o professor e não os pais.
Cabe a estes profissionais, que estudaram muito, levar a escola a cumprir sua função primordial para a sociedade que a criou e mantém: ensinar.
Para ser professor é preciso muito mais do que o diploma recebido após os quatro ou cinco anos de ensino superior. É indispensável sempre e diariamente ler, aprender, re-aprender, reler, reestruturar o processo pedagógico, reescrever, preparar aula, ler, estudar e, continuar estudando.
Muitas vezes, apesar da interferência dos pais no processo pedagógico, os professores contentam-se em ver o crescimento de seus alunos, esquecendo-se de mostrar aos mesmos pais, aos colegas e demais pessoas da comunidade, os bons trabalhos que desenvolve em sala de aula com os alunos. E este é seu maior pecado, resultado do excesso de humildade.
Noutra linha, a professora não divulga seu trabalho por temor de ser classificada de "exibida" ou para evitar comentários do tipo "ela quer só se aparecer". Infelizmente, para a grande maioria dos professores, basta que seus alunos se sobressaiam e, em sua 'humilde' opinião, o mérito, o reconhecimento deve ser para as crianças. E deve ser mesmo, mas que não seja somente para os alunos, pois os estudantes sozinhos, pouco fariam, com raríssimas exceções.
Já é tempo do professor mostrar o que faz, contar ao mundo, aos pais, a seus pares e até para si próprio, a grandiosidade de seu trabalho, a importância de sua profissão, e ganhar um pouco mais de auto-estima, de reconhecimento profissional e pessoal.
Neste ponto, vale registrar as palavras de Karl Konstantin Knüppel, o fundador do manuscrito em alemão Der Beobachter am Mathiasstrom, o primeiro jornal do interior da Província de Santa Catarina, em 2 de novembro de 1852, em Joinville,"não existe, efetivamente, nada mais interessante no mundo - nem mesmo para o mortal mais sábio e mais humilde - do que ler algo a respeito de sua pessoa".
Portanto, a falsa modéstia, o excesso de humildade, não podem privar os professores de socializar suas experiências positivas.
O Jornal da Educação foi criado em 1987 com a finalidade de promover o intercâmbio entre os profissionais da educação e estabelecimentos de ensino da região de Joinville. Ao completar 20 anos de publicação ininterrupta, continua à disposição para divulgar os bons trabalhos de nossos profissionais da educação e dos estabelecimentos de ensino, os responsáveis pela formação de nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos. Faça contato por telefone, pela internet, por correio ou pessoalmente.

Fonte: Jornal da educação

As tecnologias da inteligencia

Link do texto: http://bit.ly/Jx40m4

terça-feira, 8 de maio de 2012

Diferenças e definições de INDUSTRIA CULTURAL E RAZÃO INSTRUMENTAL


Indústria cultural

O termo indústria cultural (em alemão Kulturindustrie) foi cunhado pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), a fim de designar a situação da arte na sociedade capitalista industrial.


Membros da Escola de Frankfurt, os dois filósofos alemães empregaram o termo pela primeira vez no capítulo O iluminismo como mistificação das massas no ensaio Dialética do Esclarecimento, escrita em 1942, mas publicada somente em 1947.


Para os dois pensadores, a autonomia e poder crítico das obras artísticas derivariam de sua oposição à sociedade. No entanto, o valor contestatório dessas obras poderiam não mais ser possível, já que provou ser facilmente assimilável pelo mundo comercial[. Adorno e Horkheimer afirmavam que a máquina capitalista de reprodução e distribuição da cultura estaria apagando aos poucos tanto a arte erudita quanto a arte popular. Isso estaria acontecendo porque o valor crítico dessas duas formas artísticas é neutralizado por não permitir a participação intelectual dos seus espectadores[.


A arte seria tratada simplesmente como objeto de mercadoria, estando sujeita as leis de oferta e procura do mercado. Ela encorajaria uma visão passiva e acrítica do mundo ao dar ao público apenas o que ele quer, desencorajando o esforço pessoal pela posse de uma nova experiência estética. As pessoas procurariam apenas o conhecido, o já experimentado. Por outro lado, essa indústria prejudicaria também a arte séria, neutralizando sua crítica a sociedade.


Objetivo



Em todos os ramos da indústria cultural existem produtos adaptados ao consumo das massas, sendo por elas que as indústrias se orientam, tendo no consumidor não um sujeito, mas um objeto. Este termo define as produções artísticas e culturais organizadas no contexto das relações capitalistas de produção, uma vez lançadas no mercado, é por estes consumidas.


A indústria cultural idealiza produtos adaptados ao consumo das massas, assim como também pode determinar esse consumo trabalhando sobre o estado de consciência e inconsciência das pessoas. Ela pode ainda ter função no processo de acumulação de capital, reprodução ideológica de um sistema, reorientação de massas e imposição de comportamento.


Histórico



 Indústria cultural, é um termo concebido pelos teóricos da escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer. As reflexões acerca desse tema surgiram à partir de uma “cultura industrializada” vista no período do nazismo, pois toda arte produzida era dirigida somente àquele sistema. Já nos Estados Unidos, Adorno vê o sistema da indústria cultural de forma “enrustida” principalmente no entretenimento, e é através do cinema, por exemplo, que a indústria cultural se faz presente e nos apresenta uma comunicação de massa, pois neste caso tinha o intuito de “desviar” os olhares da população aos problemas sociais da década de 30.


A indústria cultural, segundo Adorno e Horkheimer consiste em “moldar” toda a produção artística e cultural, de modo que elas assumam os padrões comerciais e que possam ser facilmente reproduzidas. Dessa forma, as manifestações de arte não são vistas somente como únicas, extremamente belas, mas principalmente como “mercadorias”, que incentivam uma reificação (ou transformação em coisa), e a alienação da arte feita para poucos e carentes de uma visão crítica a respeito.


A intenção da indústria cultural não é promover um conhecimento, porque conhecer levanta questionamentos, rompe paradigmas e necessita de novas respostas. Esse sistema incorpora nos participantes uma nova necessidade: a “necessidade do consumo”, geradora de mercadorias próprias para a venda e vinda do capitalismo e desta forma é possível representar e incentivar o produto ao invés do conhecimento. O conhecimento, por sua vez, se torna produto da elite e é sobre esses aspectos que Adorno e Horkheimer questionam quando tratam de indústria cultural. Sobre a forma pela qual as artes e o conhecimento humano são tratadas e se tornaram de fácil manipulação.


No entanto, falar de indústria cultural levanta também questões sobre a comunicação, a cultura e a manipulação de massas.


Razão instrumental


Razão instrumental é um termo cunhado provavelmente por Max Horkheimer no contexto de sua teoria crítica para designar o estado em que os processos racionais são plenamente operacionalizados (Escola de Frankfurt); à razão instrumental, Horkheimer opõe a razão crítica.
A razão instrumental nasce quando o
sujeito do conhecimento toma a decisão de que conhecer é dominar e controlar a Natureza e os seres humanos. A razão ocidental, caracterizada pela sua elaboração dos meios para obtenção dos fins, se hipertrofia em sua função de tratamentos dos meios, e não na reflexão objetiva dos fins. Na medida em que razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração, sendo sustentada pela ideologia cientificista
, que, através da escola e dos meios de comunicação de massa, engendra uma mitologia - a Religião da Ciência - contrária ao espírito iluminista e à emancipação da Humanidade.
Tendo cedido em sua autonomia, a
razão tornou-se um instrumento. No aspecto formalista da razão subjetiva, sublinhada pelo positivismo, enfatiza-se a sua não-referência a um conteúdo objetivo; em seu aspecto instrumental, sublinhado pelo pragmatismo
, enfatiza-se a sua submissão a conteúdos heterônomos. A razão tornou-se algo inteiramente aproveitado no processo social. Seu valor operacional, seu papel de domínio dos homens e da natureza tornou-se o único critério para avaliá-la."' (Max Horkheimer, Eclipse da Razão, Ed. Centauro, p. 29).
Embora a expressão razão instrumental tenha sido cunhada por Horkheimer, muitos autores clássicos se preocuparam, antes dele, em desvendar as novas bases das sociedades modernas, sobretudo o seu caráter eminentemente mercantil.
Entre eles, destaca-se
Max Weber, o primeiro a relacionar o surgimento da modernidade ao predomínio em todas as esferas da sociedade da ação racional com relação a fins - isto é, aquela que ocorre quando o indivíduo orienta sua ação pelos fins, meios e consequências secundárias, ponderando racionalmente tanto os meios em relação às consequências secundárias, como os diferentes fins possíveis entre si(Economia e sociedade). Esta seria, portanto, a marca do desencantamento do mundo característico do Aufklärung
e dos tempos modernos.
Ainda segundo Weber, embora esse padrão de ação resulte em maior poder e domínio sobre a
Natureza
, também escraviza o Homem, reprimindo a sensibilidade, a afetividade, a emotividade e as demais formas sensíveis de conduta humana, gerando especialistas sem espírito e sensualistas sem coração, nulidades que imaginam ter atingido um nível de civilização nunca antes alcançado (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo).
Mais recentemente, também
Habermas, ao abordar a Modernidade, criticou a ação racional com relação a fins ou razão instrumental. Todavia, ao contrário de Weber, que era pessimista quanto ao futuro da Humanidade, Habermas mantém sua crença no projeto moderno e no crescente desenvolvimento da razão como base para a emancipação humana.



FONTES ( REFERENCIAS ):

Indústria Cultural: http://bit.ly/gSdJiI

Razão Instrumental: http://bit.ly/JcGGqq